A Reforma Tributária está oficialmente no calendário a partir de 2026, mas a maior parte das empresas brasileiras ainda opera no escuro: 83% dos empresários admitem ter pouco ou nenhum conhecimento sobre as mudanças e 72% sequer começaram a se preparar, enquanto apenas 9% possuem um plano ativo. Em um cenário de transição até 2033, com novos tributos (IBS/CBS), regras de crédito, impactos em preço e compliance digital, essa inércia deixa claro um risco: quem não se organiza agora pode perder margem, competitividade e previsibilidade fiscal nos próximos anos.
Uma pesquisa recente da Conta Azul, com 1.600 empreendedores, donos de negócios, contadores e profissionais financeiros, mostra um abismo entre o debate técnico sobre a Reforma Tributária e a realidade do dia a dia das empresas. A percepção predominante é de cautela (ou medo): 91% avaliam os efeitos da reforma como negativos, muito negativos ou neutros; 58% temem aumento da carga e impacto direto na rentabilidade; e a maioria enxerga precificação, gestão financeira e obrigações acessórias como as áreas mais afetadas.
Mais do que um dado estatístico, os números revelam um cenário estratégico: enquanto uma minoria já testa cenários, revisa processos e adapta sistemas, a maioria ainda não sabe por onde começar — justamente no momento em que o Brasil caminha para um modelo de IVA dual mais transparente, com maior cruzamento de dados e menos espaço para erros “operacionais” na gestão tributária.
Por Thiago Leite — Especialista em Inteligência Tributária e Sócio da L4 Taxx.
A distância entre o debate técnico e a realidade das empresas
Enquanto especialistas discutem alíquotas de referência, regimes específicos, cashback, imposto seletivo e reconfiguração dos créditos de IVA, a realidade da maior parte dos empresários é outra: falta informação organizada, tradução prática do que muda e uma trilha de implementação que conecte Reforma Tributária com preço, margem, fluxo de caixa e modelo de negócio.
Na base dessa desconexão estão três fatores:
- Excesso de complexidade técnica nos textos normativos e materiais oficiais;
- Baixa capacidade interna de leitura jurídica e tributária, sobretudo em pequenas e médias empresas;
- Ausência de um plano integrado entre contabilidade, fiscal, finanças, comercial e tecnologia.
O resultado é que muitos empresários associam a Reforma apenas a “mais imposto”, sem perceber que, na prática, a sobrevivência competitiva passa por como sua empresa vai precificar, recuperar créditos, negociar contratos e parametrizar sistemas para o novo modelo.
O que a pesquisa revela sobre o preparo para 2026
A pesquisa da Conta Azul traz uma fotografia incômoda — mas extremamente útil — para quem quer planejar de forma estratégica:
- 83% têm pouco ou nenhum conhecimento sobre a Reforma Tributária;
- 72% ainda não iniciaram qualquer preparação para 2026;
- 9% dizem ter um plano ativo de adaptação;
- 3% declaram ter conhecimento avançado e estratégico sobre o tema.
| Indicador | Resultado | Leitura estratégica |
|---|---|---|
| Conhecimento sobre a reforma | 83% com pouco ou nenhum conhecimento | Alta assimetria de informação entre empresas e Fisco |
| Preparação iniciada | 72% não começaram a se preparar | Risco de decisões reativas às vésperas de 2026 |
| Plano ativo de adaptação | 9% das empresas | Minoria tende a sair na frente em precificação, contratos e sistemas |
| Conhecimento avançado | 3% dos entrevistados | A elite informada define padrões que serão replicados depois no mercado |
Principais medos com a Reforma Tributária: carga, rentabilidade e complexidade
Quando perguntados sobre seus maiores receios em relação à Reforma Tributária, os empresários indicam três focos principais:
- 58% temem aumento de carga e impacto direto na rentabilidade;
- 19% apontam a complexidade das regras de transição como principal preocupação;
- 14% destacam efeitos sobre controle de dados e fluxo de caixa;
- As áreas percebidas como mais afetadas são: precificação (53%), gestão financeira (21%) e obrigações acessórias (14%).
| Risco percebido | Percentual | Impacto direto na empresa |
|---|---|---|
| Aumento de carga e menor rentabilidade | 58% | Pressão em margens, necessidade de rever preços e contratos |
| Complexidade da transição | 19% | Risco operacional em apuração, parametrização e compliance |
| Controle de dados e fluxo de caixa | 14% | Mais dependência de tecnologia e governança de informações |
| Precificação e formação de preços | 53% | Risco de perder competitividade por precificar “no escuro” |
Análise técnica — Thiago Leite
“Quando 83% dos empresários admitem que sabem pouco ou nada sobre a Reforma e 72% sequer começaram a se preparar, o problema deixa de ser apenas tributário e passa a ser de governança. Não se trata de ‘entender a lei’ apenas, mas de conectar Reforma Tributária com precificação, margem, caixa e competitividade.
As empresas que hoje estão nos 9% com plano ativo não são necessariamente as maiores — são as que entenderam que 2025 e 2026 serão anos de laboratório, teste de cenários e renegociação de contratos. O custo da inércia, nesse contexto, tende a ser muito maior do que o custo de se preparar.”
— Thiago Leite, L4 Taxx
O que acontece com quem não se prepara para 2026
Manter-se na zona dos 83% que não dominam o tema e dos 72% que não iniciaram a preparação traz consequências práticas:
- Erro na formação de preços, por não considerar corretamente IBS, CBS e a transição dos tributos atuais;
- Margens corroídas por repasse insuficiente de carga ou por subaproveitamento de créditos;
- Risco de autuações, por falhas em CST, cClassTrib, documentos fiscais e obrigações acessórias;
- Perda de competitividade frente a concorrentes que ajustaram seu modelo tributário e de negócio;
- Dificuldade de acesso a crédito, com balanços e indicadores pouco previsíveis.
Em paralelo, a agenda oficial avança: alíquotas de teste, extinção progressiva de PIS/Cofins, ICMS e ISS, ajustes em IPI, cashback, regimes específicos — tudo isso com mais dados, mais cruzamentos e menos espaço para improviso.
Estudos de caso — como a preparação (ou a falta dela) impacta na prática
Estudo de caso 1 — Indústria que deixou para “ver depois”
- Contexto: Indústria de médio porte, regime de lucro real, operação nacional, alta dependência de créditos e benefícios fiscais.
- Desafio: A empresa avaliava a Reforma como “algo ainda distante” e não havia iniciado qualquer mapeamento de impacto em 2025. A contabilidade limitava-se a cumprir obrigações atuais, sem simular IBS/CBS.
- Diagnóstico L4 Taxx: Análise preliminar mostrou risco de aumento efetivo de carga em determinados produtos, distorções em contratos de longo prazo e ausência de critérios para repricing em 2026–2027.
- Plano de ação: Construção de mapa de impacto por linha de produto, revisão de contratos críticos, definição de política de preço líquido e alinhamento entre fiscal, comercial e financeiro.
- Resultado: Redução estimada de perda de margem em 3 a 4 pontos percentuais, com cronograma estruturado de ajustes para 2026–2028.
Estudo de caso 2 — Rede varejista que antecipou a discussão
- Contexto: Rede de varejo com dezenas de lojas, forte sensibilidade a preço final ao consumidor e margens apertadas.
- Desafio: Alto receio de perda de competitividade com eventual aumento de carga, especialmente em produtos com menor elasticidade de preço.
- Diagnóstico L4 Taxx: Identificação de grupos de produtos mais impactados, revisão de mix, análise de regimes e oportunidades de reestruturação de cadeia de fornecimento.
- Plano de ação: Criação de “laboratório de preços” para 2025–2026, testes controlados de reajuste, comunicação com fornecedores e parametrização de sistemas para IBS/CBS.
- Resultado: Manutenção de competitividade em itens-chave, mitigação de impacto de carga e aumento de previsibilidade financeira para 2027 em diante.
Estudo de caso 3 — Empresa de serviços B2B e a oportunidade na governança de dados
- Contexto: Empresa de tecnologia e serviços B2B, com contratos recorrentes e grande volume de notas fiscais mensais.
- Desafio: Preocupação com aumento de carga sobre serviços e insegurança quanto à nova lógica de créditos e obrigações acessórias.
- Diagnóstico L4 Taxx: Processos tributários altamente manuais, pouca integração entre ERP, fiscal e financeiro, baixa rastreabilidade de dados para eventual fiscalização.
- Plano de ação: Implementação de trilhas de dados, reorganização de cadastros fiscais, integração com ferramentas de automação e definição de indicadores de desempenho tributário.
- Resultado: Ganho de eficiência operacional, redução de riscos de penalidades e capacidade de simular cenários de carga em diferentes faixas de alíquota.
Passos práticos para sair dos 83% e entrar nos 9%
Para transformar o cenário da pesquisa em um plano concreto, a empresa precisa, no mínimo:
- Mapear o ponto de partida: regime atual, setores de atividade, benefícios fiscais, perfis de clientes e fornecedores;
- Construir um mapa de impacto: como IBS/CBS e a transição afetam receita, custos, créditos e obrigações;
- Rever precificação e contratos: inserindo cláusulas de recomposição, revisando bases de cálculo e margens-alvo;
- Parametrizar sistemas: ERP, fiscal e financeiro preparados para novos códigos, campos e regras;
- Alinhar governança interna: colocar fiscal, contabilidade, financeiro, TI e comercial na mesma mesa;
- Definir um cronograma de 2025–2027: testes, ajustes, treinamento e revisões periódicas.
FAQ – principais dúvidas sobre desconhecimento da Reforma e preparação para 2026
Se a Reforma só começa em 2026, por que devo me preocupar agora?
Porque a transição vai até 2033 e as decisões de hoje (contratos, preços, sistemas) podem travar sua margem no futuro. 2025 e 2026 são anos de laboratório, não de improviso.
Sou pequena empresa: a Reforma vai me afetar menos?
Empresas menores tendem a sentir mais, justamente por terem menos estrutura técnica. Mesmo quando o impacto direto for menor, o efeito via fornecedores, clientes e cadeia pode ser relevante.
Ter “conhecimento básico” sobre a Reforma é suficiente?
Não. Conhecimento básico não se traduz, por si só, em estratégia. É preciso transformar informação em simulação, decisão e ajuste de processos.
Qual o maior risco de permanecer entre os 83% que não dominam o tema?
Negociar preços, contratos e investimentos sem visibilidade da carga futura, aceitando margens menores sem perceber — ou sendo surpreendido por autuações e inconsistências em obrigações acessórias.
Por onde uma empresa que “não sabe por onde começar” deve iniciar?
Com um diagnóstico estruturado: regime, setores, operações, benefícios, contratos críticos e nível de maturidade tecnológica. Sem essa fotografia inicial, qualquer plano vira tentativa e erro.
Preciso trocar meu ERP por causa da Reforma?
Não necessariamente, mas seu ERP precisa estar parametrizado para lidar com IBS, CBS, novos códigos, regras de crédito e trilhas de auditoria. Muitas vezes, o problema não é a ferramenta, mas o uso que se faz dela.
O que diferencia as empresas que já estão entre os 9% com plano ativo?
Não é tamanho, mas postura: antecipam cenários, criam laboratórios de preço, usam dados para decidir, envolvem o time tributário desde o início e trabalham com parceiros especializados.
Como a L4 Taxx pode apoiar sua empresa na preparação para 2026
A L4 Taxx atua exatamente no ponto de convergência entre Reforma Tributária, planejamento de preços, governança de dados fiscais e estratégia de negócios, ajudando empresas a saírem da inércia e entrarem no grupo dos 9% que têm plano ativo.
Diagnóstico tributário e mapa de impacto por regime
- Levantamento detalhado de como IBS/CBS e a transição afetam sua empresa;
- Simulações por regime (Simples, Lucro Presumido, Lucro Real) e por segmento de atuação;
- Identificação de riscos, oportunidades de crédito e pontos críticos de margem.
Revisão de processos, contratos e dados fiscais
- Análise de contratos comerciais sob a ótica da Reforma (recomposição, índices, repasses);
- Saneamento de cadastros fiscais, NCM, CST, cClassTrib e regras por operação;
- Desenho de fluxos de compliance para reduzir risco de autuação na transição.
Estratégia de precificação, tecnologia e governança
- Criação de “laboratórios de preço” para 2025–2026 com testes controlados;
- Alinhamento entre áreas fiscal, financeira, TI e comercial para decisões integradas;
- Definição de indicadores de performance tributária e rotinas de monitoramento.
Diagnóstico estratégico para a Reforma Tributária 2026
A L4 Taxx ajuda sua empresa a sair da estatística dos 83% que ainda não dominam a Reforma Tributária e a entrar no grupo que usa informação, tecnologia e estratégia para proteger margens, fortalecer a governança e competir em um sistema tributário mais exigente.
L4 TAXX - Simulador da Reforma Tributária (CBS + IBS)
Simule em três etapas como a Reforma Tributária pode impactar a sua empresa: configure o perfil tributário, informe o faturamento e visualize o comparativo Antes x Depois da carga com CBS e IBS.
DEFINA O CENÁRIO ATUAL DA SUA EMPRESA
Comece escolhendo o regime atual, o porte e o CNAE aproximado. Isso calibra a base de comparação entre o sistema vigente e a Reforma Tributária.
INFORME O FATURAMENTO E A EXPOSIÇÃO AO CONSUMO FINAL
Aqui você define o tamanho da base de cálculo e, opcionalmente, a parcela voltada ao consumidor final — importante para simular efeitos como cashback.
⚠️ Por favor, preencha o faturamento mensal antes de avançar.
VEJA O COMPARATIVO ANTES X DEPOIS DA REFORMA
Ao calcular, você verá a carga atual, a carga projetada com CBS + IBS, a variação em reais e um comparativo visual em barras.

