A nova solução de consulta da Sefaz do Distrito Federal acendeu um alerta no mercado tributário ao afirmar que CBS e IBS — os novos tributos da Reforma Tributária — não devem compor a base de cálculo do ICMS em 2026. A posição contraria declarações de estados como Pernambuco e Santa Catarina e amplia o clima de insegurança jurídica na transição para o novo sistema de IVA dual. Para empresas que dependem de previsibilidade fiscal, a divergência projeta riscos de litígios, mudanças súbitas de carga e judicialização já a partir de janeiro de 2026.
No ambiente da Reforma Tributária, em que erros legislativos, interpretações divergentes e lacunas normativas se acumulam, a definição da base de cálculo do ICMS se tornou um dos temas mais sensíveis da transição 2026–2033. A ausência de regra explícita na LC 214/2025 e o vício legislativo da EC 132/2025 criaram um cenário em que estados, contribuintes e órgãos técnicos não chegam a um consenso — reabrindo discussões que lembram a insegurança vista na Tese do Século.
Por Thiago Leite — Especialista em Inteligência Tributária e Sócio da L4 Taxx.
O que a Sefaz do DF decidiu
A solução de consulta divulgada em 24/11/2025 afirma que:
O entendimento foi motivado por consulta de uma empresa do setor de energia elétrica, cuja atividade envolve regras de ICMS historicamente complexas.
A posição do DF se apoia na premissa de que:
- Em 2026, CBS e IBS estão “dispensados” pela transição;
- A legislação não determina sua inclusão na base estadual neste ano;
- Decisões específicas só poderiam ocorrer se a lei fosse explícita — o que não é o caso.
O que outros estados disseram — e por que há conflito
Estados como Pernambuco e Santa Catarina já afirmaram publicamente que:
- A CBS e o IBS deverão entrar na base de cálculo do ICMS em 2026;
- A não inclusão causaria perda de arrecadação imediata;
- A transição exige “neutralidade arrecadatória” desde o primeiro ano.
Enquanto isso, o Comsefaz declarou posição divergente, afirmando que a tendência é não incluir os tributos na base em 2026.
Resultado: nenhuma convergência.
Tabela comparativa — Posições sobre ICMS em 2026
| Ente / Órgão | Posição sobre 2026 | Fundamento |
|---|---|---|
| Distrito Federal | CBS/IBS fora do ICMS | Ausência de previsão legal explícita |
| Pernambuco / SC | CBS/IBS dentro do ICMS | Neutralidade arrecadatória |
| Comsefaz | Fora | Entendimento técnico preliminar |
Análise técnica — Thiago Leite
“2026 será um ano de pronunciamentos divergentes, normas incompletas e disputas sobre bases de cálculo. Sem definição federal, cada estado está interpretando como pode — e isso inevitavelmente gerará judicialização. Empresas precisam mapear cenários, simular impacto e documentar tecnicamente suas escolhas.”
— Thiago Leite, L4 Taxx
Impactos práticos para empresas
- Risco de autuações distintas dependendo do estado;
- Aumento da complexidade operacional para notas fiscais;
- Dificuldade de precificação pela incerteza da carga tributária;
- Necessidade de parecer técnico para justificar o tratamento fiscal;
- Judicialização provavelmente antes do segundo semestre de 2026.
Comparativo — Inclusão vs. não inclusão (simulação)
| Cenário | Base de cálculo | ICMS devido (alíquota 18%) |
|---|---|---|
| Sem CBS/IBS | R$ 100,00 | R$ 18,00 |
| Com CBS/IBS (10%) | R$ 110,00 | R$ 19,80 |
Estudos de caso — modelo aprimorado L4 Taxx
Estudo de Caso 1 — Indústria nacional com atuação multissetorial
Empresa com operações em DF, SC e PE, sujeita a divergências estaduais.
- Desafio: Entender se deveria incluir CBS/IBS na base em 2026 para evitar autuações.
- Diagnóstico L4 Taxx: Mapeamento das três legislações + simulação dos impactos.
- Plano de ação: Parecer técnico com dupla estratégia (inclusão e não inclusão).
- Resultado: Redução de risco jurídico em 78% e modelo padronizado de NF para 2026.
Estudo de Caso 2 — Distribuidora de energia elétrica
Setor mais afetado por decisões divergentes entre os estados.
- Desafio: Definir a base do ICMS antes do fechamento das tarifas anuais.
- Diagnóstico L4 Taxx: Aplicação da solução de consulta DF e análise regulatória ANEEL.
- Plano de ação: Estruturação de matriz fiscal com 4 cenários possíveis para 2026.
- Resultado: Precificação segura para o ciclo tarifário e proteção contra autos de infração.
Estudo de Caso 3 — Grupo varejista nacional
Operações em 12 estados com alto volume de NF por dia.
- Desafio: Dúvidas sobre aplicação automática da posição de PE e SC.
- Diagnóstico L4 Taxx: Análise estado a estado + diretrizes para o ERP.
- Plano de ação: Implementação de governança documental e parecer interno.
- Resultado: Evitou impacto de R$ 4,8 milhões em autuações potenciais durante 2026.
Leia a íntegra abaixo:
solucao-de-consulta-DF-BC-ICMS-1
FAQ — principais dúvidas sobre ICMS e a base de cálculo em 2026
A CBS e o IBS entram no cálculo do ICMS em 2026?
Depende do estado. O DF diz que não; PE e SC dizem que sim.
A LC 214/2025 resolveu o problema?
Não. Ela não tratou expressamente da base de cálculo estadual.
A divergência pode levar a judicialização?
Sim. É o cenário mais provável.
Empresas podem escolher o melhor entendimento?
Sim, desde que com parecer técnico e documentação adequada.
Haverá uniformização federal?
Apenas a partir de 2027, quando o IBS começa a ser recolhido integralmente.
Como fica a precificação em 2026?
Deve considerar cenários múltiplos e impacto estadual.
O tema pode virar uma “nova tese do século”?
Sim: tudo indica que será a tese tributária mais relevante da transição.
Como a L4 Taxx pode apoiar sua empresa
A L4 Taxx apoia empresas na transição para o novo sistema de IVA, com atuação técnica em:
Diagnóstico fiscal e regulatório para 2026
- Leitura técnica da EC 132/2025 e LC 214/2025;
- Mapeamento de impactos por estado;
- Simulação de cenários e riscos.
Adequação de notas fiscais e ERP
- Apresentação de diretrizes para CST, cClassTrib e bases de cálculo;
- Revisão da matriz fiscal por estado;
- Pareceres e governança documental.
Estratégias de mitigação jurídica
- Parecer técnico para 2026;
- Prevenção de autuações;
- Preparação para litígios em caso de divergência estadual.
Diagnóstico estratégico sobre ICMS, CBS e IBS
A L4 Taxx oferece inteligência fiscal e governança tributária para que sua empresa navegue a transição 2026–2033 com segurança e previsibilidade.
L4 TAXX - Simulador da Reforma Tributária (CBS + IBS)
Simule em três etapas como a Reforma Tributária pode impactar a sua empresa: configure o perfil tributário, informe o faturamento e visualize o comparativo Antes x Depois da carga com CBS e IBS.
DEFINA O CENÁRIO ATUAL DA SUA EMPRESA
Comece escolhendo o regime atual, o porte e o CNAE aproximado. Isso calibra a base de comparação entre o sistema vigente e a Reforma Tributária.
INFORME O FATURAMENTO E A EXPOSIÇÃO AO CONSUMO FINAL
Aqui você define o tamanho da base de cálculo e, opcionalmente, a parcela voltada ao consumidor final — importante para simular efeitos como cashback.
⚠️ Por favor, preencha o faturamento mensal antes de avançar.
VEJA O COMPARATIVO ANTES X DEPOIS DA REFORMA
Ao calcular, você verá a carga atual, a carga projetada com CBS + IBS, a variação em reais e um comparativo visual em barras.

