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Contencioso mais rápido: Impacto da QUEDA do tempo de julgamento na estratégia tributária das empresas

15/11/2025

A Receita Federal vem reduzindo o tempo médio de julgamento do contencioso administrativo em 1ª instância. Em agosto de 2025, o prazo médio de análise chegou a 572 dias, o mesmo patamar de janeiro de 2013 – depois de ter alcançado picos superiores a 1.000 dias ao longo da última década. Embora ainda distante da meta legal de 360 dias, o movimento sinaliza uma mudança importante na dinâmica de solução de litígios tributários.

Na prática, a queda de 16% na demora desde o início de 2025, e de 19% em 12 meses, significa que processos administrativos estão sendo julgados mais rapidamente, mesmo em um cenário de aumento expressivo do volume de casos. Em agosto, o estoque de contencioso em 1ª instância chegou a 357,3 mil processos, alta de 33% somente em 2025 e de 51% em 12 meses.

Para as empresas, esse “contencioso mais rápido” não é apenas um dado estatístico: ele impacta diretamente provisões, fluxo de caixa, decisões de litigar ou transacionar e toda a arquitetura da estratégia tributária.

Por Thiago Leite — Especialista em Inteligência Tributária e Sócio da L4 Taxx.

O que significa um contencioso mais rápido para as empresas

Durante anos, o contencioso administrativo federal carregou a marca da morosidade: processos que levavam muitos anos para serem julgados em 1ª instância tornavam imprevisíveis o desfecho de autuações relevantes. Isso impactava diretamente o balanço das empresas, que precisavam provisionar valores por longos períodos, conviver com incerteza prolongada e, muitas vezes, enfrentar restrições de crédito e reputacionais.

Com o tempo médio voltando ao patamar de 2013 (572 dias em agosto de 2025), após ter atingido 1.020 dias em maio de 2018, há uma mudança qualitativa: a justeza do planejamento tributário passa a depender não apenas da tese, mas também do timing. Um contencioso mais ágil:

  • Reduz o “tempo morto” entre autuação e decisão administrativa inicial;
  • Melhora a previsibilidade na gestão de provisões e fluxo de caixa;
  • Reconfigura a análise custo-benefício entre litigar, transacionar ou pagar.

Análise técnica – Thiago Leite

“Quando o tempo médio de julgamento de 1ª instância começa a cair de forma consistente, o contencioso deixa de ser apenas um ‘problema de estoque’ da Receita e passa a ser um vetor de estratégia empresarial. Em linguagem simples: o relógio da Receita mexe no balanço das empresas.”

“Reduzir o prazo médio, mesmo com aumento do volume de processos, é um sinal de ganho de produtividade administrativa. Mas, para o contribuinte, o que realmente importa é a capacidade de antecipar cenários: quanto tempo meu caso ficará em discussão? Quando a provisão poderá ser revertida ou consolidada? Esse tipo de resposta é fundamental para conselhos, CFOs e comitês de auditoria.”

Thiago Leite, L4 Taxx

Evolução do tempo de julgamento em 1ª instância: de 2013 a 2025

Os dados divulgados pela Receita mostram uma trajetória de forte deterioração ao longo da década, seguida por um ciclo recente de recuperação:

Marco temporal Tempo médio de julgamento em 1ª instância Observações
Janeiro de 2013 572 dias Registro mais antigo disponível; referência histórica de menor demora.
Maio de 2018 1.020 dias Ápice da morosidade; quase 3 anos em média para decisão administrativa inicial.
Janeiro de 2023 873 dias Quadro ainda muito acima da referência histórica; mais de 2 anos de espera.
Julho de 2025 571 dias Menor tempo desde 2013; marca simbólica na reversão da tendência.
Agosto de 2025 572 dias Retorno efetivo ao patamar de 2013, com estoque bem maior de processos.
Meta legal 360 dias Objetivo de prazo previsto em lei para julgamento em 1ª instância.

Se a redução anualizada da demora for mantida no ritmo atual, há projeções indicando possibilidade de se alcançar a meta de 360 dias até o final de 2027. Ainda assim, trata-se de um cenário dependente de capacidade operacional, priorização institucional e manutenção de investimentos em tecnologia e pessoal.

Mais processos, menos tempo: o paradoxo da produtividade

Um aspecto relevante é que a diminuição do prazo médio de julgamento em 1ª instância não ocorreu em ambiente de queda de demanda. Pelo contrário:

  • Em agosto de 2025, o estoque de contencioso em 1ª instância foi de 357,3 mil processos;
  • Isso representa crescimento de 33% no ano e 51% em 12 meses;
  • Ou seja, mais processos passaram a ser julgados em menos tempo.

Essa combinação — maior estoque, menor prazo médio — indica ganho de produtividade, mas também pressiona a necessidade de qualidade decisória. Para o contribuinte, não basta ser rápido: é preciso que as decisões sejam tecnicamente consistentes e alinhadas à jurisprudência dos tribunais superiores, para evitar um “efeito sanfona” em que decisões administrativas fracas migram em massa para o Judiciário.

Segunda instância: Aceleração do tempo, explosão de volume

O quadro em 2ª instância é diferente. O tempo médio de julgamento aumentou significativamente:

Marco temporal Tempo médio em 2ª instância Variação Contexto de volume
Julho de 2021 72 dias Referência inicial (mais ágil) Menor base de processos
Agosto de 2025 384 dias Alta de 433% em 4 anos Volume de processos em 2ª instância cresceu 733% no período

Em termos práticos, a 2ª instância se tornou um “funil” mais demorado, mas com crescimento de volume ainda mais intenso do que a própria demora. A boa notícia é que, apesar do aumento expressivo do tempo, a demora cresceu menos do que o estoque de processos. A má notícia é que o efeito combinado ainda representa risco de alongamento da discussão em casos de maior valor.

Impacto estratégico para empresas: provisões, fluxo de caixa e decisão litigar x transacionar

A mudança do tempo de julgamento nas instâncias administrativas não é apenas um dado de curiosidade estatística. Ela tem reflexos concretos sobre:

  • Provisões contábeis – quanto mais previsível o tempo médio, mais precisa pode ser a estimativa de reversão ou consolidação de provisões;
  • Planejamento de caixa – decisões de depósito, parcelamento ou discussão podem ser calibradas com base em horizontes mais claros;
  • Estratégia de litígio x transação – em um ambiente de reforma tributária e expansão de programas de transação, o prazo de julgamento influencia diretamente o apetite pelo litígio;
  • Gestão de reputação e de rating – contencioso prolongado afeta percepção de risco por parte de bancos, investidores e órgãos de controle.

FAQ – Principais dúvidas sobre o contencioso mais rápido

A redução do tempo médio em 1ª instância resolve o problema do contencioso?

Não. É um avanço importante, mas ainda distante da meta de 360 dias e limitado à 1ª instância. O sistema como um todo precisa ser analisado, incluindo 2ª instância, Carf e eventual judicialização.

O aumento de volume em 1ª instância é um sinal de maior fiscalização?

Em parte. Ele pode refletir tanto maior atividade fiscal quanto mais autuações formalizadas e mais contribuintes dispostos a discutir administrativamente. Por isso, o dado deve ser lido junto com o tipo de autuação e valores envolvidos.

O aumento do tempo em 2ª instância torna o contencioso menos atrativo?

Não necessariamente. Em muitos casos, a 2ª instância ainda representa a última oportunidade de reversão antes do Judiciário. O ponto é que a demora maior deve ser incorporada ao cálculo de custo-benefício e ao planejamento de longo prazo.

A melhora do tempo de julgamento reduz a necessidade de provisão?

Não reduz a necessidade, mas aumenta a capacidade de calibrar melhor o horizonte de provisão. Isso é relevante para relatórios financeiros, diálogo com auditorias e governança corporativa.

Vale a pena repensar a política de litígio da empresa com base nesses dados?

Sim. Empresas com alto contencioso devem reavaliar a matriz de risco, combinando informações de prazo, valores em disputa, chances de êxito e alternativas de transação ou regularização.

Esses números têm relação com a reforma tributária?

Sim, de forma indireta. Em um ambiente de grande mudança estrutural (como a transição para IBS/CBS), a eficiência do contencioso atual e futuro se torna peça-chave para a credibilidade do sistema e para decisões estratégicas de investimento.

Como incorporar esses dados à governança tributária da empresa?

Por meio de painéis internos de acompanhamento de contencioso, revisões periódicas de provisões, políticas claras de litígio e integração entre áreas jurídica, fiscal, contábil e de riscos.

Conclusão – contencioso mais rápido, mas ainda decisivo para a agenda de risco

A redução do tempo médio de julgamento em 1ª instância para 572 dias representa uma melhora real no ambiente de conformidade, especialmente quando se considera o aumento significativo no volume de processos. Porém, a jornada até a meta de 360 dias é longa, e o “gargalo” em 2ª instância continua desafiador.

Para as empresas, o recado é claro: o contencioso administrativo volta a ser um campo que exige gestão ativa, não apenas reação a autuações. Em um cenário de reforma tributária, programas de transação e maior digitalização fiscal, entender o ritmo do contencioso é tão importante quanto conhecer a tese jurídica.

Como a L4 Taxx pode apoiar sua empresa na gestão do contencioso e na estratégia tributária

Diagnóstico e reestruturação do contencioso tributário
  • Mapeamento completo dos processos em 1ª e 2ª instância, com análise de risco e probabilidade de êxito;
  • Priorização de casos estratégicos com base em valor, impacto e tempo de julgamento esperado;
  • Definição de plano de ação combinando litígio, transação e regularização.
Governança fiscal e gestão de riscos
  • Desenho de políticas internas de litígio, provisão e relacionamento com o Fisco;
  • Acompanhamento de contencioso e impacto financeiro;
  • Integração entre áreas fiscal, jurídica, contábil e de compliance.
Estratégia tributária em ambiente de reforma
  • Avaliação dos impactos da reforma tributária na litigiosidade futura;
  • Redesenho de processos para reduzir autuações recorrentes;
  • Preparação da empresa para um ambiente de fiscalização cada vez mais digital e orientado por dados.

Diagnóstico estratégico tributário L4 Taxx

Se a sua empresa deseja enxergar o contencioso não apenas como custo, mas como componente estratégico da gestão de riscos e da reforma tributária, a L4 Taxx pode realizar um diagnóstico completo, técnico e integrado para orientar decisões de alta gestão.

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